Vivemos cada vez mais numa economia e numa sociedade globais onde as distâncias se encurtaram a cada passo; é uma sociedade ligada tecnologicamente, moldada por novos conceitos e na qual os transportes modernos, a internet e as plataformas sociais, ou outras tecnologicamente suportadas, nos aproximam cada vez mais.
Habitamos uma sociedade global, em que as distâncias deixaram de representar barreiras para o estabelecimento de relações e/ou de parcerias comerciais eficientes e duradouras. Parcerias, que se querem, de êxito.
Nesse sentido, urge encontrar soluções adequadas, criativas e sustentáveis que suportem esta nova realidade enquadrada no dia-a-dia das cadeias intermodais.
A tecnologia deu aqui o empurrão essencial a um setor que responde, obrigatoriamente, a uma consciência generalizada de que é possível transportar qualquer coisa, de e para qualquer lugar. Mas a verdade é que esta só é uma realidade possível de assegurar se tivermos em linha de conta a grande capacidade de se estruturarem, operacionalizarem e gerirem verdadeiras redes de produtores, fornecedores, prestadores de serviços e consumidores.
Com a tecnologia e o know-how claramente disponíveis e sempre à mão dos stakeholders associados às cadeias intermodais, o desafio passará agora pela sua consolidação, por um lado, e escalabilidade, por outro. Só desta forma, se conseguirá atingir um conjunto de fatores críticos de sucesso, como a sustentabilidade, a eficiência ou a transparência.
É nesse sentido que acreditamos que as organizações vão ter de suportar os seus negócios sobre plataformas digitais alavancadas na interoperabilidade tornando-se, elas próprias, hubs que “concentram, articulam e partilham informação” numa rede global.
Se considerarmos esta “forma organizativa” como um ganho adquirido – com a certeza de que a tecnologia e o know-how estão disponíveis –percebemos que esta realidade tem potenciado o desenvolvimento (acelerado) da intermodalidade como fator de sustentabilidade essencial e que, no domínio prático, tem projetado nas TI o “parceiro” ideal para garantir uma gestão eficiente de cadeias logísticas globais que se debatem com um grau de complexidade cada vez maior.
Cadeias de abastecimento de Nova Geração: uma mudança de paradigma
Falamos, portanto, naquilo que pode ser considerada uma mudança de paradigma já que a globalização das cadeias de logística veio introduzir um novo contexto organizacional, cujos (novos) drivers de desenvolvimento refletem uma evolução substancial face ao paradigma tradicional.
Neste sentido, internamente, questões como o comportamento do consumidor enquanto elemento nuclear e impulsionador da cadeia de valor ganham nova e reforçada relevância.
Ao nível dos fluxos produtivos, as cadeias de abastecimento passam agora a exigir também novos requisitos, nos quais se contam maior extensão e descentralização, integração de serviços de valor acrescentado e integração multimodal.
Em paralelo, ao nível dos fluxos de informação, há uma exigência de maior complexidade na gestão da informação digital, com uma multiplicidade de fontes e gigas de informação (o denominado big data) que se querem filtrados e adequadamente armazenados; além disso, importa ainda ter em conta fortes imperativos de transparência e partilha seletiva de informação.
Mudanças impactantes em ambiente externo
E se toda esta realidade traz alterações consideráveis no campo das cadeias intermodais, a complexidade aumenta ainda mais quando falamos de mudanças ao nível do “ambiente externo”. São, na verdade, estas que mais impactam a gestão e operacionalização das cadeias logísticas de nova geração.
Entre as mudanças a ter em conta, está o surgimento e/ou a consolidação de novos mercados e um novo “equilíbrio económico”; mas estão também novos paradigmas de regulação direcionados para os desafios que agora se apresentam ou uma preocupação acrescida face à escassez de recursos naturais e à necessidade de adoção de práticas mais sustentáveis do ponto de vista ecológico e ambiental.
Finalmente, importa ter em conta a incontornável expectativa de aumento das áreas urbanas que vem trazer renovados desafios de gestão da mobilidade a todos os players das cadeias intermodais, no que ao ambiente demográfico diz respeito e à capacidade de resposta.
Num ambiente cada vez mais global, sabemos que é ainda limitado o investimento na otimização dos processos internos, até porque estes são finitos. Ao mesmo tempo, importa também investir naquilo que é a otimização dos processos com o “ambiente externo”, potenciando o crescimento e reservando um posicionamento ativo nas cadeias de logística de nova geração.
Preparar o futuro hoje
Contas feitas e tudo somado, é certo e sabido que para se preparar um futuro que acontece já hoje e se operacionalizar “no terreno” esta nova realidade há que mudar o paradigma de gestão de informação e dos SI de suporte, trabalhando a diversos níveis.
Importa, desde logo, operacionalizar verdadeiramente, o conceito de REDE com o exterior, com capacidade de potenciar relações Win-Win sustentáveis entre os diversos stakeholders, só possível com uma abordagem mais integradora e colaborativa de informação; neste campo, a ideia passa por transferir o core para a cadeia logística na sua globalidade, em detrimento das partes.
Atualmente, o cenário de rede assegura fraca interoperabilidade, sistemas desatualizados, ligações incompletas e fracas, baixo desempenho e produtividade bem como um limite no crescimento em função dos custos. Estas são variáveis que devem ser alteradas.
Deverá ainda ser possível (e é altamente desejável) criar sinergias pelo uso interno de plataformas HUB dedicadas ao conceito intermodal e com processos operacionais partilhados com o exterior, bem assim como dados de gestão de elevada qualidade, pela reutilização da informação já disponível nos fornecedores e parceiros.
O futuro faz-se também de um necessário aumento da produtividade dos processos logísticos e de serviço aos clientes, por via da interoperabilidade externa e da desmaterialização digital, oferecendo melhores serviços num ambiente de transparência. É desta forma que se fixam as relações com os clientes.
Finalmente, atenção especial para a redução de custos com integrações de TI, por via da normalização e do recurso a standards, das ligações digitais e da interoperabilidade em curso como a Janela Única Logística, que coloca em contacto pronto e permanente os vários operadores de ferrovia, agentes e as alfândegas.
Sabe-se, à partida, que para responder ao aumento dos fluxos de informação digital, não basta integrar mais elementos numa equipa, já que esta é uma medida que, ao contrário de resolver, apenas agrava o problema.
E é em meio a esta nova realidade, que se confere agora às Tecnologias de Informação um papel absolutamente essencial para assegurar uma maior eficiência, eficácia e transparência na gestão e operacionalização das cadeias logísticas de nova geração.
Os stakeholders devem, por isso, perceber que não será possível manter modelos fechados, suportados por ilhas de software, face a uma nova realidade em que a competitividade, a sustentabilidade e a pressão por níveis de serviço superiores é cada vez maior.
O cenário está traçado e o futuro não volta a ser passado pelo que importa saber dar resposta a todas estas novas variáveis. E a sua empresa, está preparada para abraçar o futuro com intuito vencedor?
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