A Internet das Coisas (Internet of Things) é um tópico que nos últimos anos tem estado em destaque. As soluções baseadas nesta tecnologia têm feito o seu caminho, ganharam maturidade e são hoje um instrumento valioso para alcançar os elevados níveis de eficiência e integração, que são cada vez mais indispensáveis à boa performance de negócios complexos, como o da logística. São um recurso que se transformou numa prioridade de investimento para muitas organizações, mas que muitas empresas ainda não exploram em todo o seu potencial. Compreendê-lo é o primeiro passo para posicionar o negócio no trilho desta oportunidade.
Em termos genéricos IoT descreve a possibilidade de ligar qualquer dispositivo ou sistema a outro dispositivo ou sistema através da internet, dando-lhe capacidade para comunicar e fornecer dados, que podem ser usados para fazer funcionar os mais diversos serviços ou aplicações. Cabe neste leque tudo o que se possa imaginar desde o mais óbvio, como smartphones, televisores ligados à internet ou relógios inteligentes, até frigoríficos, máquinas de café, peças de roupa ou lâmpadas, que através de sensores emitem e recebem informação.
A internet das coisas (internet of things – IoT) representa uma revolução tecnológica onde se pretende, através do estabelecimento de um sistema de comunicação global, conectar, em REDE, dispositivos independentes, com sistemas próprios, autónomos e tecnologicamente diferenciados, “conferindo-lhes” a capacidade de comunicação entre si.
No dia-a-dia é fácil perceber as vantagens que uma rede de objetos capazes de comunicar informação ou de receber ordens de um sistema central pode trazer à organização de tarefas. Desde o electrodoméstico inteligente que aquece o leite na hora certa; ao smartphone integrado com o GPS do carro que reorganiza a agenda quando o trânsito prolonga a viagem até ao escritório, passando pela impressora que não ficou sem tinta quando mais precisava de imprimir documentos para uma reunião porque enviou um alerta à manutenção a tempo de prevenir falhas.
Agora transponha o cenário para uma operação de logística e transportes e imagine o que pode fazer pelo negócio uma tecnologia que permite recolher dados em tempo real de cada ponto dos vários elementos do negócio e enviá-los para uma rede onde ficam disponíveis para dar suporte às mais diversas decisões de negócio.
50 mil milhões de dispositivos ligados à internet já em 2020
Na verdade, há poucas dúvidas de que no futuro tudo o que possa ser ligado à internet estará de facto ligado. A generalidade dos analistas defende que estamos a caminhar a passos largos nesse sentido. Até 2020 estima-se que estarão ligados à internet 50 mil milhões de dispositivos. E não é apenas o custo cada vez mais baixo da tecnologia (e da ligação à internet que faz comunicar os milhões de sensores instalados em todo o tipo de dispositivos) que explicam esta evolução acelerada.
Ao dotar dispositivos de inteligência e capacidade para comunicar, o IoT cria automatismos e gera dados que vão enriquecer processos de análise, afinar a monitorização, o controlo e até a segurança de toda uma operação, garantindo níveis ímpares de visibilidade sobre o negócio e acelerando processos de tomada de decisões. Não é exagero dizer que, em última análise, pode funcionar como um acelerador para identificar novas oportunidades de negócio.
Numa operação de logística e transportes, imagine as vantagens de uma tecnologia como a IoT, que permite a recolha de dados em tempo real, enviando-os para uma rede onde ficam disponíveis para dar suporte às decisões de negócio.
Abre portas a um novo paradigma de gestão de informação, não só entre dispositivos, mas também entre stakeholders, especialmente relevante em cadeias complexas onde operam várias entidades. Olhando às especificidades de um negócio como a logística é fácil identificar benefícios concretos e significativos. Estes são apenas alguns dos principais:
- Reforço da capacidade de monitorização de bens e recursos ao longo de todo o sistema;
- Redução das “perdas” de tempo entre eventos;
- Aumento da eficiência operacional do sistema integrado (global e por segmento) e consequente redução dos custos associados;
- Melhora a capacidade de acesso a informação de controlo e suporte à decisão, com cada entidade a beneficiar da informação global gerada em toda a cadeia.
Num contexto prático, são conhecidos alguns processos em que estas soluções já induzem ganhos (de forma independente):
- Operações de Armazenagem: Sensores (Wireless) podem captar informação específica (Ex: Factos de dimensão, Temperatura, Nível de Humidade, Bloqueios, entre outros) que, após processamento automático, reporta informação de monitorização, controlo e suporte à decisão altamente fiável, de forma rápida e a baixo custo, na mesma medida em que contribui para o aumento da eficiência operacional.
- Sistemas de Gestão de Armazém (WMS – Warehouse Management System): A utilização de sistemas de GPS / sistemas de identificação por rádio frequência (RFID) permitem que, perante a necessidade de optimizar processos de disposição e/ou recolha de equipamentos, sejam constituídos clusters estratégica que resultem, por exemplo, na identificação imediata da localização de um determinado objecto, reduzindo tempos de operação e o potencial de erro humano.
- Transportes de Cargas: Sensores telemáticos permitem a recolha e a monitorização de informação operacional crítica, nomeadamente associada a factos que, em situação de falha, provocam impactos muito significativos e de elevado custo (Ex: condições de acondicionamento, temperatura, humidade, etc). Noutra perspectiva, processadores e sensores integrados permitem a recolha de informação real relativa à capacidade de capacidade de carga de um camião.
O IoT já está a mudar o setor da logística. A comunicação e a interoperabilidade entre plataformas de diferentes entidades são a chave para o sucesso na modernização do negócio e um trunfo fundamental para mantê-lo pronto para crescer a cada oportunidade.
A operacionalização do conceito IoT proporciona benefícios em larga escala na vertente Logística e dos Transportes.
Dar substância a redes de comunicação e de negócio que se querem cada vez mais articuladas passa pela aposta em soluções tecnológicas que levem eficiência a cada ponto da operação. As empresas que não investirem neste tipo de tecnologia estarão a alimentar cadeias de distribuição pouco eficientes correndo por isso o risco de ficarem obsoletas.
A FORDESI, na sequência do desenvolvimento de outros casos de sucesso, está a iniciar um projecto de inovação que terá a duração de 20 meses e cujo objetivo é a investigação de um “Ecossistema de IoT” especializado para as necessidades do sector da Logística e dos Transportes.
As atividades de research & development estarão alinhadas com a as necessidades dos nossos clientes e parceiros e contará com a participação do ISEL como entidade do sistema científico e tecnológico.
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