A internet das coisas (internet of things – IoT) representa uma revolução tecnológica onde se pretende, através do estabelecimento de um sistema de comunicação global, conectar dispositivos independentes (com sistemas próprios, tecnologicamente diferenciados e propriedade eventual de diferentes entidades) em REDE, “conferindo-lhes” a capacidade de comunicação entre si.
Conceptualmente, estamos perante a constituição de sistemas integrados que, perante enquadramentos e contextos próprios, induzem um novo paradigma de comunicação resultante da conexão destes sistemas à rede global – a Internet.
Do ponto de vista prático, o aumento da capacidade de geração, cruzamento e aproveitamento da informação gerada, isoladamente, pelos vários dispositivos, fruto da aplicação deste novo contexto de integração de sistemas, tem como consequências imediatas a aceleração de processos de gestão e análise da informação, gerando um potencial sem precedentes ao nível da operação, monitorização e controlo sobre sistemas altamente complexos.
Estudos específicos evidenciam que estamos perante um avanço tecnológico com grandes impactos expetáveis à escala global: Até 2020, estima-se que existirão cerca de 50 biliões de dispositivos conectados à internet.
Esta capacidade de conectar, entre si e numa perspetiva de criação de redes de redes ou, respeitando a semântica mais comum, sistemas de sistemas, enfatiza uma abordagem absolutamente inovadora – “Conferir” inteligência e capacidade de comunicação a dispositivos, impulsionando a capacidade operacional e a eficiência de sistemas integrados, o aumento dos automatismos e da capacidade de monitorização.
Esta “capacidade” de comunicação potencia, indubitavelmente, o estabelecimento de um novo paradigma de gestão de informação, não só entre dispositivos, mas também entre stakeholders. Numa abordagem mais concreta, são facilmente percetíveis as vantagens ao nível de cadeias integradas pluri-entidade, nomeadamente:
- Aumento da capacidade de monitorização de bens e recursos ao longo de todo o sistema;
- Redução das “perdas” de tempo entre eventos;
- Aumento da eficiência operacional do sistema integrado (global e por segmento) e que induzem uma redução dos custos associados;
- Aumento da capacidade de acesso a informação de controlo e suporte à decisão em que, cada entidade, beneficia de informação global gerada em toda a cadeia.
Pese o grau de maturidade do conceito ser ainda reduzido, é muito frequente a sua aceitação como fator crítico de sucesso fundamental numa nova era tecnológica e da comunicação em REDE, com especial impacto (e relevância) em sectores e domínios de intervenção mais complexos como é o caso do Sector Industrial nas suas várias componentes.